A era da humanização das marcas chegou?

De todas as mudanças que a Covid-19 provocou nos últimos meses, a solidariedade demonstrada por pessoas e empresas foi sem dúvida um divisor de águas. Pela primeira vez em nossa história, as doações de empresas privadas superaram os R$ 3 bilhões, algo inédito num país onde não existe a cultura da doação.

Como profissional de marketing participei nos últimos anos de inúmeros projetos de branding e, o que eu percebo é que muitas empresas tentam construir um propósito maior para suas marcas, algo que vá além do lucro. Mas a pergunta que fica é: as empresas estão conseguindo colocar isso em prática? Acredito que na maioria dos casos não. Muita coisa fica apenas na teoria, chega até a ganhar algumas horas de vida durante os contagiantes e criativos workshops de Descoberta de Propósito. Nesse sentido, a Covid-19 é uma prova, um teste prático para as empresas, porque agora as pessoas realmente irão perceber quem apostou apenas em ”maquiagem” e quem de fato está comprometido em criar um impacto positivo junto a sociedade.

Talvez haja, oportunismo de algumas empresas, mas o fato é que quando uma empresa se compromete a doar centenas de milhões em cestas básicas, equipamentos médicos ou a liderar campanhas, movimentos de arrecadação de fundos em prol das comunidades mais vulneráveis, ela tem a oportunidade de se conectar de verdade com as pessoas, de mostrar o seu lado humano.

Quando a pandemia terminar, não sei se os investimentos filantrópicos crescerão ou reduzirão, mas com certeza, as marcas precisarão olhar com mais atenção para as questões filantrópicas, porque o consumidor está cada dia mais conectado e atento ao comportamento das marcas. Ética, transparência e comprometimento com as pessoas estão se mostrando ativos valiosos e daqui pra frente serão ainda mais valorizados pelas pessoas.